Foto: blog John Cutrim
O jornal O Estado do Maranhão escorregou feio ao noticiar, na edição deste sábado (27), que a governadora Roseana Sarney foi a única mandatária estadual a ter ganho de popularidade (0,6%) em relação aos 11 governadores avaliados pela pesquisa CNI/Ibope. O matutino acabou pisando na bola ao se basear em um palpite – que depois não se confirmou – feito pela articulista do jornal O Correio Braziliense, Tereza Cruvinel, antes que a pesquisa fosse divulgada.
“Na pesquisa CNI-Ibope que será divulgada hoje [ontem], todos os 11 governadores avaliados sofreram queda na popularidade e nos índices de aprovação. À exceção de Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão, que ganhou 0,6% em relação ao levantamento anterior“, afirmou Cruvinel, reproduzido hoje pelo EMA, ao querer antecipar os números. Veja que trata-se apenas de uma ilação dela (não se sabe se plantada ou não passou de uma falha de apuração da articulista ao querer de forma açodada adivinhar os índices).
Horas depois, veio a publicidade dos dados da CNI/Ibope. Resultado: o nome de Roseana não foi relacionado e confirmou-se o erro da jornalista na sua previsão.
A pesquisa divulgada pela CNI/Ibope na quinta-feira em todos os grandes jornais do País, a qual não foi incluído o Maranhão, apontou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como o mais bem avaliado entre os 11 Estados da sondagem. Em segundo lugar, com 41% de avaliação ótima ou boa, aparece o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), seguido pelo cearense Cid Gomes (PSB), com 40%, e, em seguida, o mineiro Antonio Anastasia (PSDB), com 36%.
O levantamento apontou que o governador pior avaliado do país foi Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, com 12%. O segundo mais mal avaliado foi o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), com 21%, seguido pelo gaúcho Tarso Genro (PT), com 25%, e pelo paulista Geraldo Alckmin (PSDB), com 26%.
O governo liderado por Raimundo Colombo (PSD), em Santa Catarina, obteve 30% de avaliação “ótima e boa”; seguido pelo governo do Espírito Santo, de Renato Casagrande (PSB), com 29%; e o da Bahia, do petista Jaques Wagner, com 28%.
A média do levantamento, que avaliou a popularidade dos governos na Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, foi de 28% de aprovação.
Repetição do erro
Vamos supor que o Maranhão fosse o 12º estado incluído na pesquisa, atrás do Rio de Janeiro, que teve o governador Sérgio Cabral com apenas 12% de ótimo ou bom. Com o suposto ‘ganho’ de 0,6% no ganho de popularidade de Roseana, conforme noticiou erroneamente o jornal o Estado do Maranhão, deduz-se, por lógica, portanto, que a governadora Roseana tinha 11,4% e, com o acréscimo de seis décimos percentuais, passou a 12% de avaliação positiva, empatada com Cabral. Resultado que também não confere, uma vez que a filha do senador José Sarney, para ser justo, tem um pouco mais que isso.
O surpreendente é que dois dias depois de vir à tona a pesquisa correta e, com isso, a confirmação do equívoco cometido por Tereza Cruvinel, o jornal O Estado do Maranhão preferiu publicá-lo na íntegra, na tentativa de induzir o leitor a uma falsa ‘recuperação’ do governo Roseana Sarney.
Vale lembrar que a última pesquisa realizada pelo instituto Escutec, em São Luís, contratada pelo PSD, mostrou que a gestão da governadora Roseana Sarney continua desaprovada pela maioria da população ludovicense. Segundo a Escutec, 48,1% desaprovam o governo Roseana Sarney, enquanto que 42,6% aprovam a sua administração e 9,3% não souberam ou não responderam.
Nota: O levantamento divulgado na quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria foi realizado nos 11 Estados produtores de 90% do Produto Interno Bruto industrial (PIB) do País, o qual o Maranhão não está incluído. A pesquisa foi feita entre 9 e 12 de julho, com 7.686 pessoas com mais de 16 anos de idade, em 434 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Veja
AQUI o relatório da pesquisa.