O Núcleo de Defesa dos Direitos da Cidadania de SBRP tem defendido uma educação pública e de qualidade como uma das ferramentas em busca do desenvolvimento da sociedade de nosso município.
Por conta disso, este Blog tem mostrado o descaso com o qual nossa educação tem sido tratada. Quem não se lembra das cifras milionárias desviadas na gestão anterior sob alegação de reformas inexistentes de dezenas de escolas.
Dentre essas escolas, estão a U.E. Lucilene Sousa, no Povoado Santinho, que há mais de seis anos está sem aula (Relembre: Postagem1; Postagem2; Postagem3).
Outra dessas escolas é U.E. Francisco Bezerra de Menezes, no povoado Riachão do Caldas, a qual foi inaugurada em 2005, mas, de tão mal feita, teve que ser reforçada às pressa meses depois sob rico de o telhado vir abaixo. Em 2011, essa escola também foi incluída na lista das reformadas sem nunca ter sido.
U.E. Francisco Bezerra - Pov Riachão do Caldas. Área externa. |
Já no povoado Riachão do Caldas, a situação da escola é cada vez mais precária e o riso de desmoronamento é cada vez mais iminente, tendo inclusive a professora reunido os pais e compartilhado a responsabilidade do perigo de a escolar vir a baixo e atingir os estudantes.
As rachaduras estão por todos os lados e aumentam continuamente, como declaram os moradores.
Rachaduras |
A escola é totalmente aberta, servindo de dormitório de porcos e jumentos durante a noite. Durante o dia, convive-se harmonicamente com cachorros, galinhas e demais animais que, juntamente com os alunos, frequentam a escola.
Fogões e mais rachaduras |
A escola também não dispõe de cozinha equipada, mas a merenda escolar é feita em fogareiros improvisados pelos próprios pais.
A novidade este ano é que os vinte e três alunos do povoado Caboge, que antes estudavam em Riachão, agora ganharam uma escola no próprio povoado, uma promessa de campanha.
Anexo no Pov. Caboge |
A nova escola funciona no antigo bar de Caboge o qual foi cedido ao município para servir como uma espécie de anexo da U.E. Francisco Bezerra de Menezes.
A situação do anexo é precária. No início, usava-se cadeiras de plástico trazidas pelos próprios alunos até que os pais foram ao povoado vizinho e trouxeram o excesso de carteiras. Em seguida a Secretaria de Educação mandou outras dez carteiras para complementar. Até o momento não chegou o quadro, sendo obrigado o professor a escrever com giz num cantinho da janela preparado para isso e a comprar folhas de papel para confeccionar cartazes nos quias foram escritos o alfabeto e tabuada.
Vista da sala de aula e quadro, no detalhe. |
O bebedouro dos alunos é um filtro de barro também emprestado pelos pais. A água é consumida por todos (alunos, professor e visitantes, como foi o nosso caso) em um único copo de plástico que fica dia e noite pendurado numa forquilha ao lado do filtro.
Bebedouro com copo |
A merenda é acondicionada nas prateleiras do antigo bar e preparada na casa da merendeira em suas próprias panelas, pois até o momento a escola não recebera esses utensílios.
Tanto na escola Francisco Bezerra como em seu anexo, funciona uma única sala de aula com alunos de primeiro ao quarto ano, assistidos por professor único, ao mesmo tempo e no mesmo espaço.
Merenda escolar e livros |
3 comentários:
Essa é a nossa realidade nossa, nua e crua, e a preocupação principal, foi pelo carnaval, gastando 100.ooo,00, reformas de prédios, que estavam em perfeitas condições, e aí se esquecem de olhar o sofrimento destes alunos e professor na zona rural.Será que todos são iguais? Só promessas de campanha?
Este é o retrato da educação em nosso Brasil, em nosso Estado e em nosso município. Quando fui criança foi em escola tipo esta que estudei e em 3 anos eu já sabia ler e escrever, a professora só tinha o ensino fundamental. Mas hoje não se admite mais isto, pois dinheiro é o que mais tem e tudo deveria ser melhor! No entanto hoje, mesmo em escolas melhores, professores graduados etc. em três anos de estudo o aluno não junta a pronúncia de uma sílaba!
a educação em SBRP hoje está falida sob um emaranhado de fatores muito difíceis de serem restabelecidos, cujos repousam sob uma cultura decadente gerada a partir de décadas de desmantelo. É até hilário se submeter à ideia de que uma destruição de décadas pudesse ser restabelecida em seis meses. São 52 escolas mergulhadas em decadência absoluta, 42 rurais, algumas delas em barracões ou casebres; ainda que o governo tivesse construído ou reformado uma escola por quinzena desde quando assumiu, apenas 12 estariam prontas e esta suposição é utópica, impossível de ser realizada. O padrão da educação no Brasil e especialmente no Maranhão permite escolas funcionando em barracões cobertos de palha, mas me a tenho a São Benedito por ser nosso berço. Se a escola do Caborge, por exemplo, tivesse atingido um padrão na utopia suposta, ainda sobrariam pelo menos mais 22 escolas para serem mostradas e reportadas em estado deprimente. No entanto para se chegar a este raciocínio precisa lançar mão de uma alta dose de compreensão e não deixar que a indignação se sobreponha à razão. Neste caso, específico, não estou defendendo o governo atual, mas apresentando um raciocínio lógico e isento. O NDDC ao ser criado teve na sua essência principal quebrar e demoli o sistema criminoso que operava em nosso município e alcançou o seu objetivo no tempo previsto, mas essa vitória foi manifestada em pilares como a LISURA o comprometimento e a RESPONSABILIDADE, pois sem esses atributos não se constrói com solidez. Quando criticamos, reportamos e mostramos a escola Rui Barbosa no ano passado, por exemplo, não foi porque ela era um barracão um casebre, que não pudesse está ali, pois sabíamos que ela existia de fato e iria continuar existindo por muitos anos até que o sistema se restabelecesse e começasse a desenvolver políticas para o crescimento e desenvolvimento social; mas criticamos e reportamos porque aquele barracão tinha recebido uma reforma milionária constante nas prestações de contas e de fato o dinheiro não fora investido. A denúncia não era exatamente a escola, mas o roubo do dinheiro público. E basta que no ano que vem a escola do Caborge esteja no mesmo aspecto que tem hoje, mas que conste nas prestações de contas uma reforma com verba milionária que o NDDC vai denunciar criticar e escandalizar o descaso, a irresponsabilidade e o roubo do dinheiro público. Agora, se essa escola estiver no mesmo aspecto, mas que outras cinco ou seis tiverem sido de fato reformadas, há se de compreender que foi o que foi possível ser feito. A responsabilidade e a isenção são aspectos fundamentais para se construir com solidez, repito. Vejo hoje remanescentes da organização criminosa que quase destruiu São Benedito, outrora, usando perfis falsos na obscuridade da covardia, para criticar e aplaudir o NDDC de acordo com a conveniência de seus pontos de vista medíocres o que para mim significa um retrocesso, pois eu, não por orgulho ou egoísmo, mas por um sentimento de pura dignidade humana não gostaria de ser aplaudido por uma quadrilha que só não está em operação ainda por falta de oportunidade, pois só somos aplaudidos e admirados por quem admira nossas atitudes, pelos nossos afins, e quando delinquentes nos aplaudem é sinal de que estamos agindo conforme agiriam. No caso específico da reportagem dessa escola, eu respeito a opinião do autor, mas não concordo com o sentido para o qual descambou a intenção da matéria, pois esse é apenas um quadro de pobreza e decadência, da educação em nosso município fatalmente construído em décadas de descaso e irresponsabilidade. Essa escola e mais outras representam apenas a herança maldita da tirania em nossa terra e não, necessariamente, o descaso e a irresponsabilidade de um governo de seis meses que ainda não teve tempo de engrenar um modelo próprio de gestão.
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