Parentes seguem na Casa de Detenção em busca de informações

Dezenas de familiares de presos da Casa de Detenção do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, permanecem na porta do presídio em busca de informação sobre os parentes. Na noite de quarta-feira (9), uma briga entre facções criminosas acabou com pelo menos nove mortos e 34 feridos, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária.
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Parentes em frente à Cadet, em busca de informações de presos (Foto: Alex Barbosa/TV Mirante)
A doméstica Ana Paula Santos está na unidade prisional desde a noite passada, em busca de informações sobre o marido, que está preso há quatro anos.
“Não sabemos de nada. Não divulgaram quem está ferido, quem está nos hospitais. Eles só sabem dizer ‘calma’. Como fica o coração de uma mulher, uma mãe, um filho, um pai? Esse é o sistema carcerário falido que nós temos no Maranhão. Como é que presos ficam com uma arma ponto 40 dentro da prisão? Como? Agora é só esperar. A gente sofre antecipado, sofre depois”, reclamou.
Ela, que tem dois filhos, disse que não teve coragem de contar o que havia ocorrido para o filho mais novo, de 12 anos. “Eu não consegui nem repassar isso para ele. O choque foi muito grande para mim. Imagina para ele?”.
Aos prantos, a auxiliar de serviços gerais Regiane Bastos disse estar mais angustiada porque o marido estava preso no bloco onde teve início o motim. “É ruim demais ficar assim sem saber nada. A gente não tem notícia nenhuma. Tudo começou no Bloco F, onde meu marido estava. Eu só saio daqui quando tiver informações dele”, disse.
Uma mulher que não quis se identificar, por medo de represália, busca informações do filho e do namorado. “Eu quero saber se tem algum ferido, mas ninguém diz nada. Pararam de divulgar as coisas. Todo mundo que está aqui tem parente e precisa saber como eles estão”, reclamou.

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Viatura acompanha movimentação de parentes na porta da Casa de Detenção (Foto: Alex Barbosa/TV Mirante)
Briga de facções
De acordo com o secretário de Segurança do Estado, Aluísio Mendes, a confusão que teve início da noite de quarta-feira (9) foi motivada por uma briga entre facções criminosas e por causa da suspeita de um túnel no Bloco F, Pavilhão 2. Aproximadamente 60 presos pretendiam sair da penitenciária através de um túnel.
Pelo menos 10 ficaram mortos, segundo a Secretaria de Segurança do Estado. No fim da noite dessa quarta-feira (9), Mendes havia informado que eram 13 mortos, mas, na manhã desta quinta-feira (10), admitiu ter ocorrido duplicidade na contagem dos corpos.
No Instituto Médico Legal (IML), foram confirmadas a entrada de seis corpos vindos da Casa de Detenção. Nos hospitais municipais de São Luís — Djalma Marques, o Socorrão I, e Clementino Moura, o Socorrão II — há outros quatro. Trinta e quatro detentos feridos foram encaminhados ao Socorrão I.
Fonte: G1 MA

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