Ex-deputado federal estava internado no Hospital Sírio-Libanês havia 1 mês para ser submetido a tratamento contra um câncer
O ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio não resistiu a um tratamento contra um câncer ósseo e morreu de falência múltipla de órgãos, na tarde desta terça-feira (8), aos 83 anos, no Hospital Sírio-Libanês, na região central São Paulo. Ele estava internado na instituição havia mais de um mês.
Plínio ficou nacionalmente conhecido em 2010, quando se candidatou à presidência da República pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). Representante da ala mais radical da esquerda, ele conquistou a quarta colocação do pleito, com 0,87% dos votos.
Formado em Direto pela USP (Universidade de São Paulo), Plínio foi promotor público no início da carreira profissional e professor na Fundação Getúlio Vargas. Desde 2012, atuou como presidente de honra da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), ONG fundada na década de 1960 dedicada à causa no País.
Sua entrada na política se deu antes de completar 30 anos, em 1959, quando trabalhou como coordenador do Plano de Ação do governo de São Paulo antes de ser eleito pela primeira vez deputado federal, em 1962, pelo Partido Democrata Cristão (PDC). Dois anos depois, foi um dos primeiros a ter seus direitos políticos cassados pelo Ato Institucional Nº 1 do então recém-instaurado Regime Militar no Brasil.
Exilou-se no Chile e nos EUA - onde fez mestrado em Economia Agrícola na Universidade Cornell - antes de retornar ao País em 1976, quando passou a protagonizar a luta contra a ditadura e em prol da anistia aos condenados políticos pelo regime.
Na mesma época, ingressou no MDB (Movimento Democrático Brasileiro), formado por opositores do regime militar, no qual permaneceu por dois anos antes de se juntar a Luís Inácio Lula da Silva para fundar o PT (Partido dos Trabalhadores). Foi ativo durante o movimento Diretas Já, pelo fim da ditadura, e, em 1986, voltou a ser eleito deputado federal por São Paulo. Em abril deste ano, recebeu homenagem simbólica na Câmara dos Deputados pela cassassão de seu mandato 50 anos atrás.
Insatisfeito com os rumos do partido, em 2005, Plínio deixou o PT para se juntar ao PSOL, pelo qual foi candidato a governador no ano seguinte e à presidência da República nas eleições de 2010.
Nos últimos anos, Plínio escreveu livros como Desafios da Luta pelo Socialismo, lançado em 2002, e "Capitalismo em Crise", de 2009. É também dele o prefácio do livro "Por que Ocupamos?", escrito por Guilherme Boulos, coordenador e principal figura do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MTST).
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Fonte: IG.
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