Desembargador nega que tenha participado de conluio no CNJ

Leia bem essa notícia, preste muita atenção em todos os detalhes, certamente é de deixar qualquer pessoa séria, honesta e ética boquiaberta. Mesmo quem tiver o mínimo de seriedade, honestidade e ética ficará espantado e perplexo, sem contar as sarcásticas gargalhadas que dará. Um processo parado, aguardando julgamento. O pai da requerente, conselheiro do CNJ, encontra outro conselheiro e solicita que o processo seja julgado. No outro dia, por encanto, o processo caminha e, como por encanto, o conselheiro relator resolve conceder medida liminar, beneficiando a requerente. Como forma de dar uma satisfação ao pedido, o conselheiro relator vai até o gabinete do outro conselheiro para avisar duas coisas: 1) que o processo andou (não vale o princípio do impulso oficial, mas do impulso "auricular"); 2) analisou e viu que merecia logo uma decisão e prontamente atendeu. O caso só se tornou público por conta das inúmeras trapalhadas que se seguiram, que nem o melhor roteirista de hollywood poderia imaginar, só lendo para crer. Na verdade é dessa forma mesmo que as elites brasileiras tratam o estado brasileiro, como se fosse seu, patrimônio pessoal e intransferível. Fazem o que bem entendem sem nada a temer. Além do mais, a certeza da impunidade fundamenta as suas condutas. Usar o cargo público para fazer um pedido particular, "pedido de pai" conforme confessa, com inúmeras gentilezas em seguida, e dizer que não se trata de "tráfico de influência", sugere seja a opinião pública idiota. No mínimo, uma investigação. Cabe agora à opinião pública responder a altura, com um forte basta! Leia, comente e divulgue (Texto postado no facebook por Jorge Moreno):


Desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Tourinho Neto negou nesta quinta-feira (21) que tenha usado de sua influência como integrante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para beneficiar sua filha que aguardava decisão de um processo no órgão.
"Não houve nenhuma pressão. Foi um pedido de pai", afirmou o desembargador à Folha.
No último dia 5, Tourinho Neto encontrou-se com o colega de CNJ Jorge Hélio no corredor do órgão. Na conversa, o desembargador pediu que ele analisasse com celeridade um pedido encaminhado ao conselho por sua filha Lilian, que também é juíza, sobre um concurso de remoção.
O caso estava esperando um desfecho desde o fim do ano passado. Ela queria que o CNJ decidisse se era necessária a manutenção da regra de congelamento, no qual um juiz precisa aguardar até um ano em uma função para requerer transferência. Jorge Hélio, no dia seguinte, concedeu a liminar.
Jorge Hélio procurou Tourinho para informar a decisão. Não o encontrou e deixou recado com um funcionário do colega. O servidor informou por e-mail a decisão de Jorge Hélio. Tourinho foi repassar o e-mail para filha, mas enviou para a lista de juízes federais do país. A informação foi revelada nesta quinta-feira (20) pelo jornal "Estado de S. Paulo".
Andre Borges-26.jan.13/Folhapress
Desembargador Tourinho Neto em seu gabinete Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Desembargador Tourinho Neto em seu gabinete Tribunal Regional Federal da 1ª Região em Brasília
Segundo Tourinho, o caso não pode ser considerado como tráfico de influência, conluio ou privilégio. "Não houve nenhuma pressão. Eu encontrei e pedi que ele decidisse logo. Foi um pedido de pai. Ele podia conceder ou não. Eu o deixei livre para decidir", afirmou.
Tourinho disse que Jorge Hélio julgou o caso com imparcialidade e sem influência. Procurado pela Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), dias depois Jorge Hélio teria cassado a liminar. A decisão beneficiaria apenas três juízes, entre ele a filha de Tourinho, e prejudicaria cerca de 80.
CONLUIO
Na segunda-feira, na reunião preparatória do CNJ, Tourinho disse que o conselheiro Wellignton Saraiva teria colocado o caso em discussão entre os integrantes e questionado a postura dos colegas.
Tourinho disse que não houve nenhuma cobrança nem mesmo do presidente do STF, Joaquim Barbosa, que também recebeu cópia do e-mail.
Segundo ele, "o conluio" representa o que há de mais "pernicioso" na Justiça. O conselho analisava o caso de um juiz do Piauí acusado de beneficiar advogados.
Ao longo da discussão, Tourinho saiu em defesa dos juízes e das relações com advogados.
Oriundo do Ministério Público Federal, o presidente do STF é crítico da proximidade entre juízes e advogados e teve embates com a defesa de réus em diversos casos, inclusive no julgamento do mensalão.

Nenhum comentário: