Apesar de estar na lista de procurados pela Interpol (polícia internacional com 190 países-membros), o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) conseguiu autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para viajar ao exterior.
O pedido foi feito na semana passada, acompanhado de autorização da Câmara dos Deputados, e aceito pelo ministro Ricardo Lewandowski.
Na noite de quarta, porém, a defesa do deputado federal informou ao STF que ele havia desistido da viagem. O objetivo da ida de Maluf ao exterior seria representar a Câmara em um evento da ONU (Organização das Nações Unidas) neste mês.
Desde 2010, quando ocorreu a inclusão do nome dele no alerta vermelho da Interpol, a defesa de Maluf defende a tese de que a condição de congressista confere imunidade ao deputado – e que, por isso, ele não poderia ser detido fora do país.
Maluf pediu autorização de viagem para Nova York, nos EUA, cidade onde está a Promotoria que pediu a inclusão dele no alerta vermelho da polícia internacional.
Ex-prefeito de São Paulo, Maluf foi acusado de ter enviado ilegalmente para contas nos EUA recursos que teriam sido desviados de obras públicas no Brasil – como a construção da avenida Jornalista Roberto Marinho (zona sul).
O pedido de permissão para viajar foi entregue pela defesa do deputado nos autos da ação penal do STF na qual ele e sua mulher são réus – sob a suspeita da prática de crimes financeiros, também ligados às obras da avenida da zona sul paulistana.
O ministro Lewandowski é relator do caso – e por isso recebeu a solicitação de Maluf.
O pedido de autorização do STF não poderia ser um instrumento jurídico para barrar uma eventual ação da Interpol no exterior, mas funciona como uma prestação de contas à Justiça brasileira sobre sua ausência.
A defesa e a assessoria de Maluf foram procuradas pela Folha, mas informaram que não iriam se pronunciar.
(Folha Online)
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