Melancia, maxixe e mamona foram levados a tribuna da Câmara dos Deputados, na tarde desta terça-feira, dia 28. Esses produtos foram encontrados nos esqueletos hospitalares que fazem parte do Programa Saúde é Vida, do Governo do Estado do Maranhão, em diligência no último fim de semana.
“Trago neste momento situações inusitadas que, com certeza, só ocorrem no Maranhão, estado dominado há mais de 40 anos pelo Senador José Saddam Mubarak Sarney”, referiu-se, assim, o Deputado Domingos Dutra (PT/MA) ao apresentar o conteúdo existente na horta onde deveria existir hospitais em funcionamento.
Juntamente com Domingos Dutra, Simplício Araújo (PPS/MA) visitou nove hospitais do Programa Saúde é Vida, EM CONSTRUÇÃO ou em construção conforme promessa da Governadora Roseana Sarney e que deveriam ter sido entregues à população em dezembro de 2010.
“Não venho de uma feira ou de uma exposição agrícola. Estes produtos — melancia, maxixe, mamona, canapu, melão-de-são-caetano, fedegoso, mata-pasto, cansanção branco — eu e o Deputado Simplício Araújo encontramos em prédios que deveriam ser hospitais no Maranhão”, afirma Domingos Dutra.
De acordo com o parlamentar, a Governadora Roseana Sarney, 4 meses após a cassação de Jakson Lago, resolveu abrir três editais para a construção de 75 hospitais no Maranhão: 64 hospitais de 20 leitos; oito hospitais de 50 leitos; 2 hospitais de 100 leitos, e 1hospital de 150 leitos. “Nem o Estado de São Paulo ousou construir 2.030 leitos de uma vez só!”, compara o Deputado Domingos Dutra.
A licitação para a construção desses hospitais ocorreu em setembro de 2009, com prazo de 270 dias. Os prédios deveriam estar prontos até agosto de 2010.
A Governadora Roseana Sarney, num programa de televisão, ao mostrar uma maquete azul, disse que em dezembro de 2010 entregaria os hospitais. “Já estamos em março de 2012 e, dos 64 hospitais de 20 leitos, entregaram apenas três; dos oito de 50 leitos entregaram apenas um, no município de Grajaú”, pontua o Deputado Domingos Dutra.
Na sexta-feira (24) e no sábado (25) andamos na região do Mearin, onde estava prevista a construção de 11 hospitais. Em Matões do Norte, o prédio está pronto, dentro do mato, mas sem equipamento. “Lá, encontramos uma plantação de maxixe. Chegamos a Alto Alegre do Pindaré onde encontramos um hospital de 50 leitos, parte dele deteriorado pelo fogo, há vigilância e poucos equipamentos. Dez quilômetros depois, em Peritoró, outro prédio de 50 leitos está pronto, há algum equipamento, mas sem vigilância”, descreve o parlamentar.
Simplício Araújo e Domingos Dutra estiveram também nos municípios de Bernardo do Mearim, onde há um hospital de 20 leitos que está pronto, mas cheio de mato, mas com uma plantação de melancia; Em Lago dos Rodrigues, o hospital está funcionando, e a população está satisfeita; Em Lago do Junco, o hospital está quase pronto, mas com plantações de mamona e canapus; Em Olho D’Água das Cunhãs, o prédio está pronto, mas abandonado, sem vigilância e com uma plantação de melão-de-são-caetano.
“Em Lago Açu, a situação é mais absurda. O prédio está depredado e a empresa não pagou os salários dos trabalhadores”, relata Domingos Dutra que ouviu os trabalhadores do município. De acordo com os profissionais que construíram o prédio, no mês de novembro, a empresa orientou os funcionários que vendessem todas as portas, aparelhos sanitários e todos os equipamentos existentes no prédio caso a empresa não pagasse os salários em 30 dias. Como os pagamentos não foram executados, os trabalhadores seguiram o conselho e venderam tudo.
Animais também foram encontrados no município de Lago Açu. “Encontramos cães, gatos e uma jumenta buchuda dentro do hospital. Não é coisa parar rir. O negócio é sério”, lamenta o deputado.
Fonte: Gabinete do Deputado Domingos Dutra
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